Para o mês de Outubro, destacamos um dos nossos Veteranos II: Miguel Quaresma. Muitos parabéns!
Com vários títulos angariados, mostra-nos que tudo é possível, desde que haja a garra e determinação necessária para chegar onde queremos! E claro, companhia para treinar ajuda! Ele que o diga :-)!
Fotografia: Run Tejo
Vamos lá conhecer mais um pouco do nosso atleta:
1) Quem é o Miguel Quaresma?
É um velhinho II, já está no escalão velhinhos II, com 40 anos. Teimosamente, continua a tentar ter um bom desempenho e continuar na frente das corridas. Não só no escalão, mas na geral. Sendo que, tem sido cada vez mais difícil. Mas é teimoso, e tenta lá andar com a malta. Tem tido uma grande ajuda, por parte do seu colega e amigo Miguel Pinto. Diz muita vez, que se hoje, está a treinar e a correr como está e a melhorar, o deve muito a ele. A ele, às pessoas do clube que o têm diretamente ajudado muito.
Gosta de boa disposição, de estar rodeado de pessoas com energia positiva. Tem uma cadela que é a sua filhota, a Pickles.
2) Há quantos anos treinas, e como é que o atletismo apareceu na tua vida?
Comecei com 14 anos. A minha primeira experiência na corrida foi na escola, em Educação Física. Havia o Corta-Mato da escola, e Corta-Mato esse que era feito praticamente todo em alcatrão.
E por coincidência, eu estava no 5º ano, na Covilhã, de onde eu sou natural. Fiz uma entorse, com alguma gravidade na altura em que houve o dito corta-mato. O meu professor obrigou-me a ir, nem que fosse a andar, senão tinha falta. Como era teimoso, e apesar de estar com o pé enfaixado, fui correr e até correu bem. Eu achei piada e até ganhei a prova. E pronto, ganhei algum gosto.
No ano seguinte, participei e ganhei novamente. Mas eu na altura, jogava futebol. E quando a época acabava, eu gostava de estar ocupado e corria em algumas provas de atletismo. E foi assim que começou.
Alguém na altura, viu qualidades em mim, e aos 14 anos, fiz testes no Sporting Clube de Portugal e acabei por vir para Lisboa. O meu irmão já estava cá a estudar, e foi assim que começou o atletismo a sério. Na transição do futebol para a corrida.
3) O que simboliza para ti pertencer à equipa Run Tejo – Prevent Sprain?
Eu estive presente logo no início do nascimento do clube. E depois por uma ou outra razão, saí. E agora voltei, muito porque também comecei a treinar com o Miguel Pinto e incentivou-me a regressar. Estava federado, mas não estava motivado para voltar a competir. E o facto de, conhecer as pessoas e o clube, e gostar, pois nunca tive razão de queixa, fez-me voltar. Vi aí uma oportunidade de voltar a motivar-me e voltar a competir e ter esse foco. E achei que não havia melhor opção do que voltar à casa onde já estive, a Run Tejo.
4) Qual foi o teu maior feito desde que estás no clube?
Talvez tenha sido nos campeonatos nacionais de veteranos. Ter conseguido conquistar algumas medalhas. A nível individual, foi sem dúvida, os maiores feitos.
Não me recordo de todas as classificações, mas penso que já fui vice-campeão nacional, na terra no Carlos.
Coletivamente, conseguir ajudar o clube a conseguir algumas classificações importantes.
Na primeira passagem, lembro-me de termos conseguido ganhar na Amora coletivamente. Que é um cross muito importante e esta época que passou já conseguimos algumas vitorias coletivamente. Fomos segundos na Corrida do Tejo. Confesso que não estava a contar entrar nos 4/5 primeiros do clube, mas correu bem e ajudei ao clube ter uma boa classificação.
5) O que representa para ti esta distinção de personalidade do mês?
Foi uma surpresa, quando o Carlos me ligou a avisar. Deixa-me orgulho, e motivado. Honestamente, não estava a contar. Porque, temos imensos atletas no clube, masculinos e femininos, de várias idades, que poderiam muito bem ter esta conversa no meu lugar agora. E por isso, sinto-me ainda mais lisonjeado. Hoje existem muitos que se destacaram, nestes últimos tempos e foi uma surpresa e um orgulho ao mesmo tempo.
6) Quais são os teus atletas de referência?
A nível Nacional, sempre gostei de ver o Rui Silva a correr. Muito porque tive vários anos no sporting e via os treinos dele. Gosto da maneira como ele trata os outros, a pessoa que ele é e como atleta foi uma grande referência.
Também destaco o Samuel Barata, porque o conheço desde as camadas jovens. É do mesmo distrito que eu, Castelo Branco, e é um ser humano espetacular, além de um super atleta!
A nível internacional, tenho vários que gosto, como o Usain Bolt. Não só pelo atleta que foi, mas pelo show que dava em cada competição.
7) Qual o conselho que dás a todos os atletas que andam por aí a correr, sem qualquer orientação e grupo de treino?
Posso dizer que, há pouco tempo, convidei um colega que trabalhou comigo. Andava assim meio perdido, e gosta de correr. Ele perguntou-me se conhecia algum clube, e que ia morar perto do Jamor e eu disse que sim: o meu. Acho que sem dúvida, a Run Tejo neste momento começa a ser uma referência cada vez mais séria no atletismo. Na parte propriamente, pura e dura da competição e não só. Mas também, na criação de valores, do espírito que se quer ter no atletismo.
A todos aqueles que andam assim meio perdidos, que contem com a Run Tejo. Independentemente de terem qualidade, ou não para serem atletas de topo. Aliás, a maior parte de nós, tirando o Paulo Paula, e uma ou outra situação, podemos ter alguma qualidade. Sinto que todos têm o tratamento igual, independentemente do valor atlético. Aqui de certeza que serão orientados da melhor maneira.
8) Como concilias os treinos e corridas com a tua vida profissional e pessoal?
Não é fácil. Mas normalmente, com os meus horários no trabalho são rotativos, e as folgas. Eu tento treinar de manhã. Acordo de manhã cedo, entre as 6h40, 6h50. Passeio a minha cadela (que serve de aquecimento) e depois é que vou treinar. Treino, tomo um duche e descanso uns minutos, e só depois é que vou trabalhar. À noite, janto, descanso um pouco e só depois é que me vou deitar. Nas folgas, tento fazer algo mais que não comer, trabalhar e atletismo. Mas nem sempre é fácil.
Sempre que sei que tenho competição, no fim de semana, tento trocar as minhas folgas, ou pedir um dia de férias, mas nem sempre é possível.
9) Qual a tua distância preferida, e porquê?
Sem dúvida a maratona. Quero ver se faço outra, este ano. É sem dúvida um desafio a maratona. Porque numa prova de 10 quilómetros, esta semana não te corre bem, e para a semana tens outra. O treino para uma maratona são três meses. Chega o dia e há várias condicionantes, é uma caixinha de surpresas. Na minha última maratona, sentia-me na minha melhor forma de sempre! Infelizmente, quando cheguei a Valência, antes de me deitar, bebi água da torneira, era água impropria para consumo. Resultado: passei mal a noite e no dia da maratona paguei caro. Desidratei completamente e perdi sais minerais, etc. E apesar de estar na minha melhor forma de sempre, fiz a minha pior maratona. Ou seja, uma preparação espetacular e dois dias antes estraguei tudo.
Eu agora quero limpar esta imagem. Por mais difícil que seja, voltar à antiga forma em que estava, porque, entretanto, passaram uns anos e isto começa a complicar. Mas acredito que, possa estar perto, e quero limpar a imagem desse dia.
A recuperação física também é importante.
10) Qual a tua prova preferida, e porquê?
A Corrida do Tejo, fiz poucas vezes e gosto bastante. É uma prova interessante. Gosto também da Corrida dos Sinos em Mafra. É uma distância “porreira” e gosto do ambiente.
11) Tens alguns cuidados com a alimentação?
Deveria ter mais, mas não tenho muitos. Quando tenho uma maratona, tento ter mais foco e cuidado. Quando não estou focado, é mais difícil. Evito fritos, porém, não ligo muito.
12) Qual a tua maior motivação para continuares a correr?
É competir. Eu confesso que, às vezes, não gosto muito de treinar. Mas gosto de competir! Gosto de sentir que ainda consigo fazer alguma coisa. Às vezes fico frustrado, por não conseguir chegar onde queria. Mas quando consigo superar-me, é isso que me motiva! Quando estou bastante tempo sem competir, começo a desmotivar. E sem dúvida, que ter alguém com quem treinar diariamente, que é uma boa motivação.
13) Queres deixar algum agradecimento público?
Particularmente ao Miguel Pinto, que me atura praticamente todos os dias, no treino e que puxa por mim. Eu sei que, também puxo por ele, e que também o ajudo. Mas ajudamo-nos mutuamente, sem dúvida. E consequentemente, ao clube e a toda a gente que me proporciona a ida às provas. Pois se me desloco até elas, é pelas condições que me proporcionam para que assim o seja. Individualmente, agradeço á Minha Mãe que é um suporte na minha vida, e a todos do clube, pois não existe ninguém com quem me dê menos bem. Quando regressei, toda a gente me tratou super bem. Fizeram-me sentir novamente em casa e quando assim o é, está tudo reunido para estarmos motivados e a fazermos o nosso melhor.
Fotografia: Fotos Oliveirinha (Página de Facebook)
AGRADECIMENTO AOS PATROCINADORES:
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